:: Edição 009 :: Estética Musical

APRENDENDO E FAZENDO E SEGUINDO A CANÇÃO

Estudar música é uma atividade muito antiga. Para nós ocidentais, essa elaboração do estudo começou na Grécia no século V a.C. Os gregos acreditavam que quem estudasse música poderia se tornar uma pessoa melhor. Ela foi praticada em diversas ocasiões. Como forma de entretenimento, nas festividades cívicas e religiosas, como uma ferramenta do Estado na educação de seus cidadãos. 

Nessas tipologias, as relações costumavam ser estabelecidas entre um estilo melódico e um aspecto moral, associando também instrumentos que deveriam ser utilizados em cada ocasião. A tipologia dos instrumentos variava de acordo com sua tessitura, sua capacidade de ressonância, seu timbre, sua penetração sonora e ainda com sua origem histórica e mítica.

Assim como na Grécia, a música está presente hoje em nosso dia a dia, fazendo parte da nossa “trilha sonora”. As influências que cada indivíduo poderá ter dependerá do meio em que vive e é estimulado pelas diferentes práticas sociais, modos de organizar e viver a vida.

Com o mundo conectado como temos hoje, as possibilidades de informações e conhecimentos são multiversos fazendo com que se tenha acesso não só a música da sua cidade ou país, mas de quase todas as partes do nosso planeta.

A partir desta rede que estamos conectados, a nossa escuta tem se modificado a tal velocidade que naturalmente estão sendo criados novos paradigmas na educação musical para tentar dar conta desta mudança social que historicamente tem acontecido cada vez mais rápido. 

Swanwick (2003) apresenta o conceito de música como espaço intermediário, no qual há ideias articuladas de interseção entre o sujeito e o mundo.

Como tentativa de interações, tenho criado com o outro a possibilidade da escolha de sua playlist  e a partir dela o estudo da música vem se tornando muito mais prazeroso pois o aprendente começa a desenvolver a linguagem musical a partir das músicas que houve.

Segundo Santos (SANTOS, 2006, p. 168), as ecologias de saberes apelam a saberes contextualizados situados e úteis, ao serviço de práticas transformadoras. Por conseguinte, só podem florescer em ambientes tão próximos quanto possível dessas práticas e de um modo tal que os protagonistas da ação social sejam reconhecidos como protagonistas da criação do saber. 

Continuamos aprendendo a ser protagonistas da criação dos saberes prestando atenção ao que nos cerca, aprendendo a nos ouvir para aprender a ouvir os outros.

Referências Bibliográficas

SANTOS, Boaventura de Souza (2006). Gramática do tempo: para uma nova cultura política. 1ª Ed.. São Paulo: Cortez, 2006.
SWANWICK, Keith. Ensinando música musicalmente. São Paulo: Moderna. 2003.




Portella
47 anos de vida e Fé cristã. Mestre em Educação. Pós-graduado em Aperfeiçoamento de Docência com Psicopedagogia. Licenciatura Plena em música. Bacharel em Composição. Bacharel em Gestão e Administração Eclesiástica e Música Sacra.
https://modal.asaphministerios.com/equipe/portella

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