:: Edição 009 :: Produção Fonográfica

O MERCADO FONOGRÁFICO E AS GRANDES GRAVADORAS LIDERANDO UM NOVO MODELO DE NEGÓCIO

Muita coisa mudou no mercado da música com o advento dos serviços de streaming. De fato, os especialistas relatam que essa mudança acabou por salvar a indústria da música, que vinha em uma histórica baixa devido ao compartilhamento de música na internet, via mp3 ou qualquer outro formato de fácil distribuição (ilegalmente gratuita).

As grandes gravadoras, que sempre monopolizaram a distribuição de música, viram ruir seus impérios, mas por pouco tempo. Elas estão de volta ao comando, e agora ganhando mais dinheiro do que nunca. Costumo dizer que nunca se fez tanto dinheiro com música, a questão que continua é: para onde vai esse dinheiro?

As gravadoras continuam levando um grande percentual desse mercado. E a estratégia mudou de “combater o streaming” para “se aliar a ele para que ele me renda mais”.

Entre as estratégias que se pode observar no mercado, para dar conta de tal situação, destaco aqui algumas:

Cópias físicas de álbuns ou singles equivalem a 1500 streams, então artistas com um público fiel autografam seus cds (especialmente singles) e fazem pré-venda para que os fãs adquiram essas cópias e na semana do lançamento e esses números ajudem a música a subirem nas paradas de sucesso (Billboard, por exemplo).

Os recursos das plataformas digitais chegam primeiro aos grandes. Foi assim com o Canvas, o pequeno vídeo em Loop que toca no Spotify junto com a música, e as gravadoras ainda tem acesso antecipado a estratégias que as plataformas criam para atrair mais ouvintes.

Uma das estratégias que foram testadas durante a pandemia foi o artista marcar um horário com os fãs para todos ouvirem o álbum ao mesmo tempo através da plataforma, enquanto o artista comenta e responde comentários dos fãs (claro que essa estratégia traz mais streams e consequentemente mais dinheiro para o artista, para a gravadora e para a plataforma).

Está sendo testado enquanto escrevo esse artigo um novo recurso, que é o usuário, ao abrir o Spotify, ser lembrado de continuar escutando o álbum de grande gravadora que ele parou de ouvir pela metade. Durante a semana de lançamento de uma grande cantora americana (o maior lançamento do ano, de longe), muitas pessoas compartilharam em suas redes sociais uma captura de tela da plataforma a lembrando de voltar a escutar o tal artista.

O mercado está se reinventando para dar conta do ineditismo da sua situação. Há vários pensadores e estudos tem sido apresentados de modelos novos para tornar essa uma indústria mais igualitária para os artistas, mas essa conversa ainda está no início. Cabe aos artistas a percepção de que os números para os artistas independentes ainda são muito baixos, e que poucas pessoas ainda conseguem se sustentar apenas do capital vindo dos serviços de streaming.

Referências Bibliográficas

 Shira Ovide. Streaming Saved Music. Artists Hate It.2021. Disponível em clique aqui.
French study offers new data on impact of user-centric payouts Musically. 2021. Disponível em clique aqui.




Felipe Aguiar
34 anos de idade, 28 de Fé Cristã. Mestre em Letras – Linguística. Bacharel em Letras – Inglês / Literaturas. Licenciatura em Letras – Português / Inglês. Graduado em Gravação e Produção Fonográfica. Técnico em Processamento de Dados. Livros Publicados: 2015 – “Coração Poeta: Pequenas doses de poesia para pensar na vida”. 2013 – “Trazendo à Terra as Canções do Céu”.

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