Estudar música é uma atividade muito antiga. Para nós ocidentais, essa elaboração do estudo começou na Grécia no século V a.C. Os gregos acreditavam que quem estudasse música poderia se tornar uma pessoa melhor. Ela foi praticada em diversas ocasiões. Como forma de entretenimento, nas festividades cívicas e religiosas, como uma ferramenta do Estado na educação de seus cidadãos.
Nessas tipologias, as relações costumavam ser estabelecidas entre um estilo melódico e um aspecto moral, associando também instrumentos que deveriam ser utilizados em cada ocasião. A tipologia dos instrumentos variava de acordo com sua tessitura, sua capacidade de ressonância, seu timbre, sua penetração sonora e ainda com sua origem histórica e mítica.
Assim como na Grécia, a música está presente hoje em nosso dia a dia, fazendo parte da nossa “trilha sonora”. As influências que cada indivíduo poderá ter dependerá do meio em que vive e é estimulado pelas diferentes práticas sociais, modos de organizar e viver a vida.
Com o mundo conectado como temos hoje, as possibilidades de informações e conhecimentos são multiversos fazendo com que se tenha acesso não só a música da sua cidade ou país, mas de quase todas as partes do nosso planeta.
A partir desta rede que estamos conectados, a nossa escuta tem se modificado a tal velocidade que naturalmente estão sendo criados novos paradigmas na educação musical para tentar dar conta desta mudança social que historicamente tem acontecido cada vez mais rápido.
Swanwick (2003) apresenta o conceito de música como espaço intermediário, no qual há ideias articuladas de interseção entre o sujeito e o mundo.
Como tentativa de interações, tenho criado com o outro a possibilidade da escolha de sua playlist e a partir dela o estudo da música vem se tornando muito mais prazeroso pois o aprendente começa a desenvolver a linguagem musical a partir das músicas que houve.
Segundo Santos (SANTOS, 2006, p. 168), as ecologias de saberes apelam a saberes contextualizados situados e úteis, ao serviço de práticas transformadoras. Por conseguinte, só podem florescer em ambientes tão próximos quanto possível dessas práticas e de um modo tal que os protagonistas da ação social sejam reconhecidos como protagonistas da criação do saber.
Continuamos aprendendo a ser protagonistas da criação dos saberes prestando atenção ao que nos cerca, aprendendo a nos ouvir para aprender a ouvir os outros.