A relação entre forma e conteúdo é central na linguística, pois a língua é um meio para expressar conteúdo e moldar a forma. Para Saussure (2006), a língua é um sistema em que tudo se relaciona e em que nenhuma parte pode ser definida isoladamente. A forma e o conteúdo estão interligados e são inseparáveis na linguagem.
Porém, na poesia parnasiana, por exemplo, a relação entre forma e conteúdo é um elemento fundamental. Os poetas parnasianos enfatizavam a importância da forma em detrimento do conteúdo, acreditando que a poesia deveria ser uma obra de arte perfeita, construída com base em regras e técnicas rígidas. Para esses poetas, a forma era mais importante do que o conteúdo, que era apenas um veículo para a beleza formal.
Eliot (1989) destacou que “a forma e o conteúdo são um”, e que a união entre ambos é necessária para que uma obra de arte atinja seu pleno significado. Na linguística a forma da língua, como as regras gramaticais e as estruturas linguísticas, não pode ser separada do conteúdo, ou seja, do significado expresso. Chomsky (1972) afirmou que “A gramática é um sistema que determina a relação entre a forma e o significado”.
A interação entre forma e conteúdo na linguística também se estende às variações linguísticas, dialetos e diferentes usos da língua em contextos sociais diversos. Labov (2008) afirmou que “a variação linguística é uma função da relação entre a forma e o contexto social”. A língua é moldada e transformada pela interação entre a forma e o conteúdo em diferentes contextos.
Compreender a relação entre forma e conteúdo é essencial para entender como a língua funciona como um sistema complexo de significados expressos através de formas estruturais. Wittgenstein (1999) afirmou que “Os limites da minha linguagem significam os limites do meu mundo”. Em outras palavras, a forma e o conteúdo da linguagem moldam a nossa percepção do mundo ao nosso redor. Entender essa relação é essencial para a compreensão da nossa própria experiência humana.
