:: Edição 006 :: Prosa e Verso

ENSAIO SOBRE O TEMPO

Desejava estar seguro, se sentir seguro, ter uma condição de segurança
Prendeu o tempo nas horas
Aprendeu que o terreno plano pode representar uma condição de nulidade
Falsa sensação de proteção pode estar contida no ser só,
Fechado para se proteger, inerte sem perceber
O isolamento acústico potencializa o som e não incomoda quem está de fora,
mas som assim é som de ensaio.
É preciso ultrapassar, extravasar a potência, dar sentido ao ensaio

Dinâmica

O tempo é livre
Ele não se faz de livre ele se faz livre
Há muito tentam prendê-lo no pêndulo, contê-lo nas horas
Enganam-se a si mesmos
Para o pêndulo, e o tempo continua
Livre seguindo
Medir, contar, pedir, doar
Quanto tempo o tempo tem
Enquanto isso vai-se o tempo
E quando pensava que ele corria afoito pelas horas do pêndulo, parou.

Intervalo

Alguém se foi acabou o tempo que continuou no outro que ficou a contar as gotas de tristezas presas no tempo que não passa.
Fechou os olhos pediu um tempo para dor que doía tão apertada fazendo o tempo parecer cruel e frio, quanto tempo…

Movimento

Livre o tempo não se deixa prender ele corre em meio aos pêndulos
Se na dor ele se eterniza em lágrimas
Na alegria ele se faz renascer como esperança
Tempo que virá, promessa de que o próprio tempo do tempo cuida

Tempo renasce
Tempo permanece
Tempo continua

Tempo vai, vem
Tempo perdido ou eternizado

O tempo não se prende no presente no futuro tão pouco no passado

Liberta o tempo das horas
Do tempo é o tempo que cuida




Andrea Cunha
40 anos, 23 de Fé Cristã. Pós Graduada em Gerenciamento de Projetos. MBA em Gestão de Pessoas e Marketing. Graduação em Administração. Empresária na Padaria D’Chiquin.

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