:: Edição 004 :: Estética Musical

A RELAÇÃO ENTRE COMPOSIÇÃO, INTÉRPRETE E OUVINTE: A MÚSICA E SUAS RELAÇÕES

A música é um convite a interação, faz parte da sua estrutura triádica (ritmo, melodia e harmonia). Para que a música aconteça o compositor necessitará conhecer a linguagem e assim como um texto, que pode se tornar uma manifestação da linguagem, a “musiquês”  poderá comunicar.

A composição poderá chegar até o outro através do intérprete que tendo domínio da linguagem, conversa através do texto musical. Compositor e intérprete convida o ouvinte a sentir.

O ouvinte muitas vezes não conhece a fundo a linguagem musical em sua estrutura, mas se este estiver aberto a escutar, poderá acontecer um ambiente de empatia e então a música como linguagem dos sentimentos e emoções acontecerá.

Na dança, no canto, no instrumento. Seja para participar de  momentos como o litúrgico, o fúnebre, uma coroação, a música pode apresentar um campo de possibilidades informativas, compreendendo além de documentos e dados, o fenômeno observado por meio da experiência e do processo cognitivo, identificando ambientes.

Aristóteles e Platão em muitas de suas obras, incluem diversas páginas sobre os efeitos psicológicos e societários da música. Ela diverte, adverte, implica, explica, traduz, introduz, exemplifica, dinamiza.  

Por esta diversidade de ligações que a música pode fazer, muitos dizem que esta é atemporal. O cronos musical tem sua lógica em outros fatos como o uso da técnica empregada e a estética. Estas dizem do momento em que pessoas estão vivendo e utilizam a música como meio de comunicação para comunicarem o que está acontecendo. Por isso, a história da música é estudada por períodos como antigo, medieval, renascentista, barroco, clássico, romântico, moderno e contemporâneo. Cada um em seu tempo, é uma forma de comunicar o que as pessoas na sociedade estão vivenciando de experiências em suas relações.

Em um dos estudos musicais chamado Série Harmônica, estudamos as relações das vibrações regulares de um som gerador. Estas são transmitidas ao ar sob a forma de ondas sonoras e a sensação que produzem em nosso ouvido, é o som.

Segundo Bohumil Med em seu livro Teoria da Música, especificamente na página 92, ele diz que um som musical não se constitui apenas de uma nota. Juntamente com o som principal soam sons secundários, bem fracos e quase imperceptíveis. O som principal é chamado de Fundamental e os que o acompanham de Sons Harmônicos.

Pensando no que foi colocado e trazendo o conceito de que música é a arte de expressar sentimentos e emoções, percebe-se a existência da música a partir das relações com ela mesma e com os outros. É uma independência dependente. 

Assim como na música, somos harmônicos, pertencemos a um Som Gerador. Também somos música. 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Med, Bohumil. Teoria da Música / Bohumil Med - 4 ed. rev. e ampl. Brasília, DF: Musimed, 1996.
Winisk, José Miguel. O Som e o Sentido / José Miguel Winisk - São Paulo, SP: Conpanhia das Letras, 1989.
Schafer, R. Murray. A Afinação do Mundo / Murray R. Schafer - São Paulo, SP: Editora UNESP, 2001.




Portella
47 anos de vida e Fé cristã. Mestre em Educação. Pós-graduado em Aperfeiçoamento de Docência com Psicopedagogia. Licenciatura Plena em música. Bacharel em Composição. Bacharel em Gestão e Administração Eclesiástica e Música Sacra.
https://modal.asaphministerios.com/equipe/portella

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