O movimento de interdisciplinaridade surge na Europa pós Segunda Guerra Mundial, principalmente na França e Itália. Ele reivindicava um novo estatuto de universidade e de escola. Na época, percebeu-se que o conhecimento compartimentado em disciplinas já não vinha sendo suficiente para discutir muitas questões emergentes na contemporaneidade.1
Cabe ressaltar que a setorização do conhecimento em disciplinas individuais específicas, como economia, engenharia, a administração, etc. é uma construção da Idade Moderna mas que nem sempre foi assim. Os mestres gregos, particularmente os sofistas, foram os criadores da “cultura geral” grega. Para eles, o saber só podia ser exercido no âmbito da totalidade (BORNHEIM, 1999). Os sofistas possuíam um programa de ensino denominado de enkúklios paidéia que não se reduzia a um mero saber enciclopédico mas seu objetivo era proporcionar a formação e o desenvolvimento da personalidade integral (Santomé 2001).
Esse movimento surge como um tríplice protesto: (i) contra um saber fragmentado, (ii) contra um divórcio crescente entre uma universidade cada vez mais compartimentada, dividida, setorizada e a sociedade em sua realidade dinâmica e concreta e (iii) contra o conformismo das situações adquiridas e das ideias recebidas ou impostas (JAPIASSU, 1976).
A interdisciplinaridade propõe estabelecer relações entre duas ou mais áreas de conhecimento. A proposta do olhar interdisciplinar é estabelecer novas reflexões e interações. A observação por um único ponto de vista é sempre restritiva e limitada. Quando é possível ampliar as formas de observação e costurar relações entre elas pode-se aprofundar a experiência e ampliar a construção de conhecimento.
A interdisciplinaridade permite incorporar os resultados de vários campos, tomando-lhes de empréstimo esquemas conceituais de análise a fim de fazê-los integrar, depois de havê-los comparado e avaliados – delineando seus contornos e perfis.
Algumas instituições contam com equipes multidisciplinares para desenvolver seus projetos. Como exemplo podemos citar uma empresa de Design que possui uma equipe de biólogos, psicólogos, administradores, entre outros, que trabalham simultaneamente no desenvolvimento de alguma solução ou produto e apresentam ideias embasadas nos conhecimentos específicos a cada um. O mesmo ocorre em hospitais em que uma equipe – com médico, psicólogo, nutricionista, enfermeiro, fisioterapeuta… – estuda e propõe tratamento integralizado a cada paciente.
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Cabe ressaltar que a setorização do conhecimento em disciplinas individuais específicas, como economia, engenharia, a administração, etc. é uma construção da Idade Moderna mas que nem sempre foi assim. Os mestres gregos, particularmente os sofistas, foram os criadores da “cultura geral” grega. Para eles, o saber só podia ser exercido no âmbito da totalidade (BORNHEIM, 1999). Os sofistas possuíam um programa de ensino denominado de enkúklios paidéia que não se reduzia a um mero saber enciclopédico mas seu objetivo era proporcionar a formação e o desenvolvimento da personalidade integral (Santomé 2001).
