“Os homens parecem-se mais com o seu tempo que com os seus pais.”. Esse é um provérbio árabe antigo que fora recuperado pelo historiador Marc Bloch em sua “Apologia da História”. Utilizou-se para dizer não de uma análise geracional de grupos humanos e indivíduos em si, mas de como é possível constatar um movimento de […]
Autor: Hiago Fernandes
A HISTÓRIA ENTRE OS PARADIGMAS
O advento da chamada Virada Linguística e da crise do paradigma moderno acabou por contribuir com revisões e embates teóricos dentro do campo da História. Fez e faz parte da máxima muito conhecida entre os seus pares de que a História possui a sua própria historicidade, enquanto um campo de interessados em se debruçar e interpretar os processos e ações dos humanos no tempo e no espaço.
ESTRANHAMENTOS A PARTIR DE FONTES HISTÓRICAS QUE SÃO CONTAMINADAS POR ESTRANHAMENTOS
No último texto buscamos visualizar um caso de “repensar” a partir de Montaigne. O renascentista francês problematizou o conceito de “selvagem” que era comumente designado para os diferentes povos originários que habitavam o continente americano antes da chegada dos europeus. Continuaremos tratando desse texto, mas trazendo outros breves elementos interessantes sobre os estranhamentos envolvendo o contato entre franceses e originários no contexto colonial do Brasil. Com diferenças culturais, materiais, econômicas e sociais esses diferentes agentes de contato comportaram-se de maneiras peculiares a esse “grande encontro”, como denomina Todorov.
MONTAIGNE: um caso renascentista do repensar no contexto de expansão marítima europeia
Para além dos contatos micros do cotidiano – que por si só transbordam universos de possibilidades –, é possível visualizar contatos entre diferentes culturas em alguns momentos históricos. Dos vários exemplos que podemos tentar reconstituir trago um exemplo interessante de se perceber enquanto ato de repensar e remodelar através dos discursos ecoado pelo humanista francês chamado Michel de Montaigne.
MANUTENÇÃO DE FORMAS: RECUPERAÇÕES E EXPRESSÕES DE CONCEITOS NA LITERATURA POLÍTICO-FILOSÓFICA DE TRADIÇÃO IBÉRICA E LATINA EM CONTEXTOS HISTÓRICOS DIFERENTES
Dentro da tradição ibérica e latina do desenvolvimento da escrita tratadística existe uma certa estabilidade do seu vocabulário ao longo do tempo, como aponta Quentin Skinner. No âmbito da teoria política e filosófica, e que reverbera, em outros tipos de fontes primárias para pesquisa histórica, coloca-se uma problemática para os leitores contemporâneos descompromissados ou envolvidos com pesquisa histórica: a manutenção da forma (signo), os usos e expressões de uma época anterior.
INFORMAÇÕES, HABILIDADES E COMPETÊNCIAS NO DECORRER DA “HISTÓRIA CONECTADA”
Parece ser redundante e naturalizado o movimento de atravessamento de informações e formação de redes proporcionadas pela internet. O movimento é tanto que existem conceitos criados para tentar dar conta dessa naturalização de habilidades de uma geração, como a de “nativos digitais”.
Este espaço e suas conectividades são considerados tão essenciais para os seus usuários que se cria uma dimensão de produção de verdade. Não são raras as expressões cômicas, mas sintomáticas, de uma naturalização interiorizada e compartilhamento às cegas das informações, a saber, a de que “se está na internet, então é verdade”.
HISTÓRIA, MÉTODOS E DESAFIOS DA CULTURA DIGITAL
Uma impressão parece estar gradualmente se colocando em algumas esquinas acadêmicas das ciências humanas: a credibilidade e a praticidade dos discursos desse campo estão postas à prova. Uma das razões apontadas que faz certo sentido são as mudanças sociais e tecnológicas, principalmente a consolidação das Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDIC’s) como espaços de vivência, informação, troca e compartilhamento de dados.
A CONSTRUÇÃO DE UM CAMPO: O OLHAR SOBRE O PASSADO PELO/PARA O PRESENTE ABERTO E “SENDO”
Falando a partir de um determinado lugar social e epistêmico podemos nomear diferentes construções e manifestações de pensamento em palavras e conceitos que por si só denotam hoje vários significados de oposições, aproximações ou ambiguidades, se levantarmos algumas possibilidades: ciências, mitos, memes, literaturas. Todos esses campos de construções mentais e de ações apresentam significados para […]
ATO DE INTERPRETAR E RECEPCIONAR OS VESTÍGIOS ESCRITOS: PROCESSO HISTÓRICO E HISTORIOGRÁFICO
Hoje a ideia é fazer um breve mapeamento das problemáticas, mas também das possibilidades do ato de interpretação das fontes históricas, que passam pela linguagem escrita. Já dialogamos numa outra ocasião sobre a escrita da história a partir dos vestígios deixados pelos nossos antepassados em diferentes épocas e sociedades. Sem desconsiderar a diversidade de fontes […]
A MEMÓRIA E O DESAFIO AO CHRONOS (PARTE 2)
No último texto tivemos a oportunidade de pensar um pouco sobre a origem e utilização dos termos Chronos e Kairós do ponto de vista histórico. Terminamos nos arriscando a dizer que uma maneira dos indivíduos e coletividades manifestarem uma relação de contraponto e ressignificação do tempo objetivo é o mecanismo da memória. Utilizou-se como referências […]