DIÁLOGO ABERTO: HISTÓRIA E FENOMENOLOGIA
Todos os campos do conhecimento dito científico, tanto o que se pensou ser inteligível como “História” quanto a prática Historiográfica vêm passando por mudanças; perpassa debates em torno da concepção do que seja a ciência e a sua transformação se por meio de um progresso contínuo ou por meio de rupturas e revoluções dentro do próprio campo científico.
Rebatendo a ideia de uma atividade científica perene, na construção de Paradigmas, depara-se com diferentes teorias nascentes de investigações nos campos do saber em negociações e desenvolvimento de problemáticas de um novo postulado no pensar (crise-revolução).
Uma análise acerca do impacto do revisar concepções, a construção da ciência como um evento histórico-social, problematiza acerca da “naturalização do saber científico”. Trata-se de fenômenos e de instâncias que não dependem ou resistem às construções e negociações com o campo científico.
Essas mudanças de rotas, fazem parte da revisão dos postulados da própria ciência sobre a sua prática enquanto constructo de experiências e de elaborações do conhecimento humano, dos seus interesses e do compartilhamento no atribuir à linguagem o papel de conexão entre uma comunidade linguística em suas especialidades, métodos, representações, procedimentos e o contexto histórico.
A existência (campo do fenômeno) de uma dimensão de evidência (campo das percepções e recortes interpretativos) não depende do esforço humano, do que é possível ser representável (campo do simbólico) a partir de especializações e de suas gramáticas próprias que se transformam historicamente.
Historiadores e fenomenólogos, como qualquer outro grupo de investigadores e pesquisadores, são frutos do seu tempo e levantam questões a partir dos seus contextos que influenciam suas preocupações e resgates de fatos e processos.
Um saber compartilhado, com uma linguagem de consensos e procedimentos de interpretações de vestígios (fontes históricas), com devidas licenças poéticas ou do gênero literário, com operações investigativas aceita pelos pares, é um artefato que possui um léxico próprio de formatos e de fontes que são expressados com compromisso de se buscar sobre o passado e suas propriedades contextuais nos parâmetros compartilhados pelos seus pares de investigadores e pesquisadores.
Revisões e esforços intelectuais, da denominada “Virada Linguística”, segunda metade do século XX, trouxeram diferenças e entendimentos e com isso a Linguagem passou a ser entendida não meramente como instrumento de comunicação humana, mas dos próprios meios de investigações e pesquisas.