A Virada Linguística, ou “Linguistic Turn“, é um conceito fundamental na Filosofia da Linguagem que surgiu no início do século XX. Ela representa uma mudança de foco da Filosofia tradicional para uma compreensão de que a estrutura e o uso da linguagem são centrais para a compreensão da realidade humana. Essa virada foi influenciada por pensadores como Ludwig Wittgenstein, que argumentou que os problemas filosóficos são, muitas vezes, confusões linguísticas que surgem do uso impróprio da linguagem. Como ele mesmo disse: “Os limites da minha linguagem significam os limites do meu mundo” (Wittgenstein, 1922).
A virada linguística teve implicações significativas para várias disciplinas, incluindo a Linguística, a Psicologia, a Sociologia e a Crítica Literária. Na Linguística, por exemplo, houve um movimento para entender como a linguagem molda nosso pensamento e nossa percepção do mundo. Isso levou ao desenvolvimento de teorias como o Estruturalismo e o Pós-Estruturalismo, que examinam como as estruturas linguísticas influenciam a cultura e a sociedade.
Além disso, a Virada Linguística influenciou profundamente a Psicologia, levando a uma compreensão mais refinada da relação entre linguagem e pensamento. Os psicólogos cognitivos passaram a investigar como os processos mentais são mediados pela linguagem, e como diferentes línguas podem moldar os padrões de pensamento de uma pessoa. Essa perspectiva ressalta a importância da linguagem como um instrumento fundamental não apenas na comunicação, mas também na estruturação da cognição humana.
Na sociedade, a Virada Linguística provocou uma reavaliação de como a linguagem é usada para construir identidades e exercer poder. A Análise do Discurso tornou-se uma ferramenta importante para explorar como a linguagem é empregada para manter ou desafiar relações de poder e para entender como as narrativas sociais são construídas e perpetuadas através da linguagem. Isso reflete a ideia de que a linguagem não é apenas um meio de comunicação, mas também um meio de construção social.
