Os autores Mondardo e Staliano (2020), mencionam a fronteira como uma produção histórica, que foi criada pela “necessidade de as sociedades estabelecerem seus limites por meio dos Estados”.
Para Ferrari (2014) o termo “fronteira” está presente em tudo e foi adquirindo significados diferentes de acordo com as necessidades do tempo e espaço. Comumente, utiliza-se o termo fronteira para indicar realidades opostas, como por exemplo, fronteira entre bem e mal, fronteira entre a vida e a morte, fronteira linguística e fronteira geográfica como uma invenção humana para delimitar o espaço territorial.
A integração de saúde entre países em regiões de fronteira é um tema muito discutido na atualidade. Neste contexto, a literatura científica aborda temas recorrentes como, desigualdades econômicas, diferenças culturais, conflitos territoriais e conflitos do cenário pandêmico, pela disseminação da Covid-19 nas faixas de fronteira.
A globalização e a intensificação dos fluxos migratórios, trouxeram um novo conceito à fronteira, que parece estar relacionado ao que Gagnebin (2014) menciona ao tratar sobre limiar. O limiar aqui, não se refere apenas a separação, mas um movimento de passagem, zona de fluxo e permeabilidade.
Neste sentido, a fronteira diferencia lugares, mas também os integra independente da distância. Nesta perspectiva integrada, a fronteira é permeável para trocas; espaços singulares com múltiplas relações e como mencionado por Aikes e Rizotto (2020), na integração é necessário diálogo.
Trata-se da solicitação da consciência de ligação entre sujeitos e espaços. Um processo que considera a interação entre “dentro” e “fora”, mas mantém a reflexão de si.