Nos vários campos de conhecimento há uma diversidade enorme de pensamentos e ideias, muitas vezes consoantes e dissonantes. Na linguística não é diferente, pois até mesmo os princípios sobre os quais a linguística moderna se construiu são constantemente revistos e questionados em busca de novos significados.
As línguas, do mesmo modo, experimentam esse mesmo processo de crescimento e expansão, e como são vivas e dinâmicas, estão a todo tempo recebendo influência e influenciando outras, através da constante mudança nos desenhos geográficos e políticos, o que se acelera ainda mais em um mundo globalizado e com as tecnologias recentes.
E, nesse processo de mudança e expansão, existem forças que puxam a linguagem em duas direções, a grosso modo: a conservação e a inovação. A força de conservação é a energia que mobiliza os agentes de influência na linguagem de manter o status quo, a manter a cultura tradicional, os costumes linguísticos e o dialeto padrão intocados. Já a inovação é a força que inclui novos termos, novas formas de linguagem que reflitam as mudanças da sociedade enquanto elas acontecem.
Essas duas forças agem ao mesmo tempo na sociedade, e as vitórias e derrotas de cada uma estão em disputa. Um caso recente de disputa em andamento é o uso dos pronomes. Uma parte da sociedade quer conservar os pronomes como são e outra parte quer que os pronomes reflitam a sociedade contemporânea que parece não se encaixar mais no que era antes.
De qualquer forma, o rompimento parece ser inevitável, mesmo que em pequenas doses. Cabe às forças atuantes na sociedade o enfrentamento de ideias para que o uso da linguagem, soberano na determinação dos novos padrões, nos diga quem vence cada batalha.