:: EDIÇÃO 015 :: Saúde Integral

CIÊNCIA E ESTATÍSTICA NA TRAMA DA VIDA

A ciência está em toda parte; é possível observar a ciência em todo lugar, ainda que imperceptível para muitas pessoas. A definição do termo “ciência” é de complexa discussão ao longo dos anos. Alguns autores ressaltam que a ciência não pode ser definida; as problemáticas estão relacionadas à palavra ciência e também ao seu significado, visto que, toda definição pode ser incompleta (FRANCELIN, 2004). 

A ciência não se restringe ao experimento e não se restringe à bancada de um laboratório com pessoas vestidas de jaleco branco. Em nossa casa, por exemplo, quando preparamos uma pizza, utilizamos o fermento biológico (levedura – um tipo de fungo) e guardamos a massa devidamente tampada, esperando que a mesma possa “crescer”. Este crescimento é em razão do dióxido de carbono produzido no processo de fermentação ocasionado pelas leveduras. Outro exemplo é quando preparamos o arroz e desejamos identificar se a quantidade de sal utilizada foi adequada; o que fazemos? Provamos todo o arroz? Não… retiramos uma pequena amostra, um pouco de arroz, para experimentar.

Este último exemplo, refere-se a uma das ferramentas que utilizamos nas pesquisas científicas: a estatística. Utiliza-se a estatística para analisar informações/dados de interesse nos quais existem variabilidades. Para isso, desenvolve-se uma metodologia que permita coletar as informações/dados de uma amostra que seja representativa do todo, para posteriormente representá-los por meio de gráficos e tabelas com medidas estatísticas que resumem estas informações/dados. A média é uma medida utilizada para resumir um conjunto de informações; outras duas medidas de tendência são mediana (divide o conjunto de informações em duas partes iguais, sendo o valor central) e moda (o valor mais frequente encontrado no conjunto de informações observadas) (FERREIRA, 2020). 

Ainda que essas medidas mencionadas (média, mediana e moda) sejam utilizadas para representar as características de um conjunto de informações, elas não expressam a variabilidade existente entre os valores observados. Em qualquer local de interesse, os valores observados não serão semelhantes, eles variam em relação à média. Neste caso, uma tentativa de representar essas variações, é utilizar medidas de variabilidade (ou de dispersão), como a variância, o desvio padrão e a amplitude, para avaliar a diferença entre as informações/dados.

Algumas referências utilizadas:

FERREIRA, Á. R. S. The importance of descriptive analysis. Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, v. 47, p. e20202682, 12 ago. 2020. https://doi.org/10.1590/0100-6991e-20202682.
FRANCELIN, M. M. Ciência, senso comum e revoluções científicas: ressonâncias e paradoxos. Ciência da Informação, v. 33, p. 26–34, dez.2004. https://doi.org/10.1590/S0100-19652004000300004.
SALAS, RICARDO. Ética Intercultural. Santiago: Usch, 2003.
SOARES, J.F.; FARIAS, A.A.; CESAR, C.C. Introdução à estatística. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S.A., 1991.




Geani Marins
29 anos de vida e Fé Cristã. Doutoranda em Saúde Pública e Meio Ambiente. Atua nas linhas de pesquisa: Epidemiologia de doenças transmissíveis e Geoprocessamento e análise espacial em saúde. Pesquisadora colaboradora no Projeto de Pesquisa e Extensão APHETO: Autopercepção da imagem corporal e nutricional, história clínica e epidemiológica na terapia nutricional do outro. Mestre em Ciências Ambientais e Conservação. Nutricionista.

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