:: Edição 010 :: Produção Fonográfica

A INFLUÊNCIA E A INTERFERÊNCIA DOS ALGORITMOS NO MERCADO MUSICAL

A revolução digital trouxe enormes mudanças no mercado musical, e disso já falamos nos textos anteriores dessa coluna. Porém, ainda que muitas etapas do trabalho tenham sido facilitadas e popularizadas, o domínio das grandes empresas ainda parece distante de acabar.

Em 2017 um artigo publicado pelo Music Business Worldwide questionou por que a plataforma Spotify estava criando playlists de artistas que eram amplamente considerados falsos.

Apesar das negativas do Spotify de que estava ativamente criando playlists de artistas falsos, foram citados vários exemplos de artistas que não tinham presença pública fora do Spotify, pareciam estar usando nomes falsos e tinham músicas geradas por algoritmos. Em alguns casos, esses artistas tinham recebido um número significativo de streams e até mesmo sido adicionados a playlists populares criadas pelo Spotify.

O artigo levantou questões sobre a qualidade da curadoria de playlists do Spotify e o papel dos algoritmos na descoberta de música. Alguns especularam que o Spotify estava criando playlists de artistas falsos para economizar dinheiro em taxas de licenciamento de artistas mais estabelecidos, enquanto outros sugeriram que a plataforma estava simplesmente tentando inundar suas playlists com um fluxo constante de novo conteúdo para manter os usuários engajados.

Independentemente das motivações por trás das práticas de criação de playlists do Spotify, a prevalência de artistas falsos na plataforma destaca os desafios que a indústria da música enfrenta na era digital. Com o aumento do streaming e das recomendações de música baseadas em algoritmos, está se tornando cada vez mais difícil para novos artistas emergentes se destacarem e fazerem com que sua música seja ouvida.

Ainda que todas essas acusações se provem falsas, é necessário que haja um questionamento sobre a influência do algoritmo nas nossas escolhas musicais, e também sobre a certa imposição que as grandes gravadoras e plataformas musicais fazem com o que chega aos ouvidos do grande público para ouvir. E, além dos artistas “fake”, ainda existem os artistas de verdade que continuam sendo fake por não terem uma reflexão aprofundada sobre sua identidade artística e sua produção musical, mas isso é assunto para um próximo texto.

Referências

Music Business Worldwide. (2017, July 25). Spotify denies it’s playlisting ‘fake artists’, so why are all these ‘fake’ artists on its playlists? <LINK DIRETO>




Felipe Aguiar
34 anos de idade, 28 de Fé Cristã. Mestre em Letras – Linguística. Bacharel em Letras – Inglês / Literaturas. Licenciatura em Letras – Português / Inglês. Graduado em Gravação e Produção Fonográfica. Técnico em Processamento de Dados. Livros Publicados: 2015 – “Coração Poeta: Pequenas doses de poesia para pensar na vida”. 2013 – “Trazendo à Terra as Canções do Céu”.

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