Alimentar-se é essencial à vida, uma necessidade para o desenvolvimento do ser humano, que envolve fatores sociais, psicológicos, econômicos e outros. É algo complexo, vai além de ingestão de nutrientes. Alimentar-se é um hábito, mas convoca o sujeito não apenas pela necessidade biológica de comer, mas também permite a sua escolha (MINTZ, 2001).
Neste contexto, a comida pode representar diferentes significados, e o sujeito como singularidade humana, também apresenta através do seu corpo o resultado da sua alimentação, que integra a sua identidade e a identidade cultural (CONTRERAS; GRACIA, 2011). O que leva a escolher determinado alimento e não outro? Quem realmente escolheu?
Estudos apontam a influência de propagandas de alimentos nas escolhas alimentares, principalmente para crianças. Além disso, as escolhas alimentares podem ser influenciadas por muitas horas à frente da televisão (MATTOS et al., 2010), hábitos alimentares de familiares, cultura, crenças, fatores internos (hormônios, neurotransmissores, etc.) e externos (sabor do alimento, textura, etc.) (JOMORI; PROENÇA; CALVO, 2008).
As escolhas alimentares do sujeito causam impactos coletivos. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU, 2022) a população mundial atingiu 8 bilhões de habitantes no mês de novembro de 2022; uma preocupação crescente refere-se às escolhas alimentares individuais e os impactos para o clima e meio ambiente.
Existe uma necessidade de compromisso entre os sujeitos, uma construção participativa. Busca-se o equilíbrio entre a produção de alimentos, saúde e proteção ambiental. Contudo, é desafiador diante do crescimento da individualidade em detrimento de valores coletivos.