:: Edição 002 :: Interação e Dados

HUMANIDADES DIGITAIS

A aproximação das ciências humanas e sociais com a ciência da computação deu origem a um campo interdisciplinar: as humanidades digitais. É uma interseção de tecnologias informáticas ou digitais e as disciplinas das humanidades, que inclui o uso sistemático de recursos digitais nas ciências humanas, bem como a reflexão sobre sua aplicação. Assim, são novas formas de fazer estudos que envolvem pesquisa, ensino e publicação colaborativa, transdisciplinar e envolvida computacionalmente.

É uma via de mão dupla: para os cientistas sociais, a existência de grandes bancos de dados econômicos e sociais, ou a digitalização de acervos artísticos e históricos, amplia as frentes de pesquisa; já os cientistas da computação se veem diante do desafio de criar ferramentas para atender as demandas das humanidades. Outra vertente desse campo é o estudo do papel da tecnologia digital na sociedade. A Revista de Pesquisa da Fapesp n. 255 de 2017 cita alguns exemplos do uso dessas tecnologias que veremos em seguida.

Big Data (megadados ou grandes dados em português) é a área do conhecimento que estuda como tratar, analisar e obter informações a partir de conjuntos de dados grandes demais para serem analisados por sistemas tradicionais.

Um exemplo do uso do chamado Big Data na pesquisa em humanidades é a organização dos registros dos navios negreiros da época da escravidão que permitiu um retrato mais amplo desse comércio de pessoas. Os esforços para organizar bancos de dados e criar novas ferramentas são tão impressionantes quanto os resultados das investigações: o consórcio Text Encoding Initiative mantém e desenvolve há 30 anos um padrão para a codificação de textos em formato digital, isto é, que permite que documentos sejam lidos por máquinas, impactando em áreas como a linguística.

Foi por meio da análise de um banco de dados com quase 34 mil entradas que um grupo de paleontologistas da Universidade de Cambridge e do Museu de História Natural de Londres, Reino Unido, apresentou uma polêmica proposta de reclassificação das linhagens conhecidas de dinossauros. Foram analisados 457 caracteres anatômicos de 74 espécies de dinossauros e de répteis que precederam os dinos. A nova classificação sugerida, que altera as relações e o grau de parentesco entre as principais linhagens daqueles animais pré-históricos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Revista Pesquisa FAPESP, Edição n. 255, Agosto 2017.




Daniel Peregrina
41 anos de vida e Fé Cristã. Bacharel em Direito. Pós-Graduado em Gestão e Coordenação de Ensino. Pós-Graduado em Psicopedagogia com Aperfeiçoamento de Docência. Bacharelando em Arquivologia. Há 19 anos atuando no mercado de comunicação Visual (Identidade Visual, Design Digital e Design Gráfico).

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