:: EDIÇÃO 016 :: Prosa e Verso

TRILOGIA DA MUDANÇA

TRANSFORMAÇÃO
MEDIAÇÃO
INICIAÇÃO

 

1. Estranho novo eu

Revele-se
Apresente-se
Descubra-se
Conheça-te,
vislumbra-te de quem pode ser
ou,
seja.

Os sentidos são distintos, sentir é junto
Quem pode parecer ser outro, todos
E podem parecer ser mais, ser menos
Qual a forma de ser
Ou será que ser, é ser sem forma definida
Transformai-vos …

Estranho novo eu
Como vou lidar com você
Como vou te chamar
Como vou te apresentar
E como vou te conhecer

Você, que vem de mim,
Ultrapassa as fronteiras do espelho refletido
E me faz ser sempre em transformação
Apresente-se e vamos caminhar juntos

 

2. O Medo
uma parte, mediação

Medo, medo, como esconde segredos
Como prende, retem, detém
Mantém para si a visão única e repetida do não
Medo esconderijo nebuloso das almas atormentadas pelas certezas
Não te julgo medo, até você é tentativa

Uma pergunta basta
Uma questão apenas
Quem é você medo, o que quer, o que faz em mim
Qual seu propósito aqui
Ah medo! Não me detenhas em tuas linhas retas e finitas
Aceito tua passagem e deixo ir
Que te encontre nos dias atentos
Você também protege
Mas, nesta vida, não rege
Passa medo, ensina, faz a sua parte e vai
E mais adiante
e depois de nosso encontro
seja o eu mais forte,
atento ao amor no alcance da fronteira
no limiar de sua passagem
na estrada, um todo, não só a reta
todo caminho, passagem

 

3. Iniciação
O Rito de passagem

A lembrança não te faz menor
Cabe um tanto de curvas em seus caminhos
Seria o fim a justificativa
Os meios uma lista de afazeres
Tente novamente
Mude de ideia
Permaneça firme
Vá em outra direção
Faz tudo novo, do mesmo um outro novo
O novo, esse sim, seja sua repetição
A mesma receita de bolo
Novas sensações, sempre outro que degusta
Experimentação
O mesmo amor, um novo dia
Os mesmos amigos, um novo momento
Encontros todos reiniciação,
Reaproxima, reafirma, restabelece
Se firma, se fortalece, muda e permanece
Canta aquela música, a mesma
Nós, já não somos os mesmos
Saudade, uma experiência acrescentada de vivências,
soma, multiplica, constrói.
Modificados, alterados pelas nuvens de constante transformação
Pairam sobre nós novas perspectivas.
Permanecem as raízes, as tradições, a história contada ou vivida.
Mudam as ideias, acrescenta a versão,
acolhe angústias, ressignificar tudo.
Dá a sua cara, fazer do seu jeito, imprimir a sua marca,
em um movimento de trocas a quem se ama.
Inédito é mesmo o amor que não encontra barreiras para ser novo
e novamente ser amor
Ineditismo de ideias, sentimentos, visões, posturas
Inaugura sua nova versão
Estabelece uma nova ação
Aprende e ver-te novo
E o novo se apresenta
Empoderado, soberano, aprovisionado de novos saberes,
Trazendo novas perspectivas de ser
Novo, de tão potente, se vê misterioso e causa espanto,
até aceita versões, mas em nada se altera por ela
Ao contrário a versão se altera pelo novo
que se apresenta, se instala, se impõe necessário, é força, potência
Tentativa, é o que o novo pede de nós
Faz mais uma vez, aprimora sua visão,
amplie seu vocabulário, cruza as fronteiras,
transforme-se, vence o medo, permita-se,
e faz de cada instante um novo em movimento.
Recria suas bases, permaneça em seus valores,
não te detenhas em qualquer caminho que seja,
sabendo que seus pés foram feitos para se mover, e atravessar.




Andrea Cunha
40 anos, 23 de Fé Cristã. Pós Graduada em Gerenciamento de Projetos. MBA em Gestão de Pessoas e Marketing. Graduação em Administração. Empresária na Padaria D’Chiquin.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *