A relação entre forma e conteúdo na música contemporânea e no mercado fonográfico tem sido objeto de discussão há muitas décadas. Enquanto alguns argumentam que a forma é mais importante que o conteúdo, outros acreditam que o conteúdo é o que impulsiona a forma.
Para Adorno (2007), a música contemporânea é uma manifestação artística que se tornou muito próxima do mercado fonográfico, perdendo a sua capacidade de expressar um conteúdo crítico e reflexivo. Ele argumenta que a música perdeu a sua função de “desautomatização”, que consiste em romper com as convenções e os padrões estabelecidos para abrir novos horizontes e possibilidades. Em outras palavras, a música perdeu sua capacidade de produzir novos significados e de questionar a realidade.
Por outro lado, alguns críticos afirmam que o conteúdo da música é o que impulsiona a forma. Como afirma Frith (1996), “a música é uma forma de comunicação que se baseia em convenções estabelecidas que permitem ao ouvinte compreender e interpretar a mensagem expressa”. Nesse sentido, a forma é construída em torno do conteúdo, o que nos diz que o significado da música é o que determina a sua forma.
No mercado fonográfico, a relação entre forma e conteúdo é ainda mais complexa. O foco é muitas vezes na forma, ou seja, no apelo visual e sonoro que a música pode produzir. Assim, as gravadoras se preocupam em produzir músicas que possam ser facilmente consumidas e aceitas pelo público, o que muitas vezes resulta em uma falta de diversidade e originalidade na produção musical.
Em resumo, a relação entre forma e conteúdo na música contemporânea e no mercado fonográfico é complexa e multifacetada. Enquanto alguns argumentam que a forma é mais importante que o conteúdo, outros afirmam que o conteúdo é o que impulsiona a forma. Em ambos os casos, no entanto, a música deve ser capaz de produzir significado e questionar a realidade para se manter relevante e expressiva.