A Síndrome respiratória aguda grave coronavírus 2 (SARS-CoV-2), causa a doença denominada COVID-19 (do inglês Coronavirus Disease 2019). O nome coronavírus, se deve ao aspecto das projeções que envolvem o vírus parecerem com uma coroa. Trata-se de uma infecção surgida oficialmente na cidade de Wuhan, China no mês de dezembro de 2019, considerada uma emergência de saúde pública global, pandemia declarada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) no dia 11 de março de 2020.
De acordo com a OMS, pandemia refere-se a disseminação de uma nova doença em escala mundial. Assim, quando uma epidemia (de forma resumida: surtos de uma doença em várias regiões), se espalha pelos continentes com transmissão sustentada de pessoa a pessoa, temos uma pandemia. Neste contexto, podemos lembrar de outras doenças pandêmicas como a peste negra (1300), a gripe espanhola (1918-1920) e a recente gripe suína (2009) causada pelo H1N1.
No entanto, um grupo de cientistas, bem como o artigo científico publicado no prestigiado The Lancet, pelo editor Richard Horton, fomentou discussões sobre a utilização do termo sindemia e não pandemia, como vem sendo empregado para referir à COVID-19. Este termo foi criado pelo antropólogo Merril Singer, na década de 1990, para elucidar a complexa interação entre fatores sociais e ambientais que resultam na potencialização de efeitos danosos de uma doença.
Ao considerar a COVID-19 como uma sindemia, as atuais estratégias de controle utilizadas para redução de sua disseminação tornam-se limitadas. Nesta conjuntura, considera-se a interação da COVID-19 com doenças crônicas existentes em grupos populacionais específicos, como por exemplo, diabetes, doenças cardiovasculares e obesidade. A interação destas doenças em um contexto de problemas estruturais, potencializa os efeitos indesejáveis de cada uma destas doenças de maneira separada.
À vista das interações biológicas, sociais e condições que podem aumentar a susceptibilidade da piora do prognóstico de saúde da população ao infectar-se com o vírus SARS-CoV-2, ainda que sejam satisfatórios os resultados de estudos clínicos à respeito da eficácia e segurança da vacina da COVID-19, uma abordagem integrada entre os diferentes setores na busca por entender e tratar doenças e problemas estruturais, como por exemplo, saneamento básico, poderá ter melhores resultados que apenas controlar doenças epidêmicas e atuar com abordagens individuais.