:: Edição 003 :: Interação e Dados

TECNOLOGIA, CULTURA E TEMPO NA VIDA CONTEMPORÂNEA

As tecnologias são fruto das atividades humanas. Segundo Pierre Lévy1Lévy é um reconhecido pesquisador das tecnologias da inteligência e investiga as interações entre informação e sociedade. Mestre em História da Ciência e Ph.D. em Comunicação e Sociologia e Ciências da Informação pela Universidade de Sorbonne, é um dos mais importantes defensores do uso do computador, em especial da internet, para a ampliação e a democratização do conhecimento. , é somente conceitual a distinção que se faz entre cultura (dinâmica das representações), sociedade (as pessoas, seus laços, suas trocas, suas relações de força) e a técnica (artefatos eficazes). Nenhum problema é puramente cultural, técnico ou econômico, mas sim entre atores humanos que inventam, produzem, utilizam e interpretam as técnicas de diferentes formas.

A tecnologia não é um ator em si mesma. Por trás das técnicas existem ideias, projetos sociais, utopias, interesses econômicos, estratégias de poder, toda a gama de jogos dos homens em sociedade. Portanto, a tecnologia pode ser usada para o bem comum ou para o bem particular, dependendo sempre da intenção do ser humano. 

“Uma técnica é produzida dentro de uma cultura, e uma sociedade encontra-se condicionada por suas técnicas.” (LÉVY, 1999)

É impossível acompanhar todas as mudanças tecnológicas de perto.  Cada um percebe e participa de maneira diferente. Quanto mais rápido se apresenta o processo de transformação, maior a aparência de que este vem do exterior, causando assim maior estranheza. 

O crescimento do ciberespaço2O ciberespaço, que também pode ser chamado de “rede”, é o meio de comunicação que surge da interconexão mundial dos computadores. Como outros meios de comunicação, o ciberespaço deve ser concebido não apenas como uma infraestrutura material ou suporte tecnológico, mas como um conjunto de informações e de usuários que habitam esse espaço e o alimentam de informações. não determina automaticamente o desenvolvimento da inteligência coletiva, apenas fornece um ambiente. Ambiente que também pode produzir isolamento e sobrecarga cognitiva, dependência, dominação, exploração e “bobagem coletiva”.

Lévy sugere que a solução para estes efeitos indesejáveis está na própria cibercultura. A velocidade e a instabilidade da mutação constante da técnica seriam contrabalanceadas pelos aspectos emancipadores e integradores da cibercultura. Ao mesmo tempo, são esses aspectos que aceleram o movimento, produzindo, aparentemente, uma retroalimentação positiva. É um processo que alimenta a si mesmo, crescendo exponencialmente.

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  1. Lévy é um reconhecido pesquisador das tecnologias da inteligência e investiga as interações entre informação e sociedade. Mestre em História da Ciência e Ph.D. em Comunicação e Sociologia e Ciências da Informação pela Universidade de Sorbonne, é um dos mais importantes defensores do uso do computador, em especial da internet, para a ampliação e a democratização do conhecimento. 
  2. O ciberespaço, que também pode ser chamado de “rede”, é o meio de comunicação que surge da interconexão mundial dos computadores. Como outros meios de comunicação, o ciberespaço deve ser concebido não apenas como uma infraestrutura material ou suporte tecnológico, mas como um conjunto de informações e de usuários que habitam esse espaço e o alimentam de informações.  

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

HEIDEGGER, Martin. A questão da técnica. Scientiæ studia, São Paulo, v. 5, n. 3, p. 375-98, 2007.
LÉVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo: Ed. 34, 1999.




Daniel Peregrina
41 anos de vida e Fé Cristã. Bacharel em Direito. Pós-Graduado em Gestão e Coordenação de Ensino. Pós-Graduado em Psicopedagogia com Aperfeiçoamento de Docência. Bacharelando em Arquivologia. Há 19 anos atuando no mercado de comunicação Visual (Identidade Visual, Design Digital e Design Gráfico).

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